Para se chegar a Avalon era preciso saber o encantamento que abriria as névoas e chamaria a barca que o levaria pelo lago até à ilha. Somente os iniciados e alguns homens do povo do pântano (que conduziam as barcas) sabiam o caminho para Avalon. Quem ousasse transpor as brumas sem saber o encantamento ficaria perdido, para sempre, vagando entre os dois mundos.

domingo, 26 de maio de 2013

O SANTO GRAAL - "O Misterioso Cálice Cristo"






O SANTO GRAAL - "O Misterioso Cálice Cristo"

Por Ubiratan S. Schulz

A existência de um antigo cálice escondido em algum lugar de nosso vasto mundo, como o imaginário Sangri-Lá, parece com certeza demasiadamente fantástica para ser aceito pelo espírito racional do leitor.


Todavia um exame das provas históricas, que provêm de países e locais muito afastados uns dos outros, demonstram a estreita semelhança das narrativas e das crônicas que falam deste famoso cálice, que durante séculos tem desenvolvido em nossos cérebros e corações evidências indubitáveis sobre a realidade dos fatos.

As lendas sobre o Graal são muito antigas. Todas suas ressonâncias cristãs são só coincidências que surgem da junção de certos símbolos, imagens ou estruturas profundas da mente humana (os arquétipos segundo os define C. Jung se baseiam em conceitos pré-cristãos e dos primeiros séculos do cristianismo).

Se nos restringirmos aos fatos, todos os textos que a nós chegaram, se referem a um período notavelmente breve da Idade Média, alguns entre 1.175 a 1.220, e outros, entre 1.220 e 1.230.

Contudo, em todos eles se nota o caráter pré-cristão das lendas antigas.

Nenhum escritor anterior a Idade Média menciona nenhum dos elementos fundamentais das lendas do Graal, e somente aparece como se lá colocado fosse, o nome de José de Arimatéia.

E depois nada voltou a se escrever sobre o assunto, dado ao início da repressão da igreja contra as heresias que pareciam florescer.

Mas como no século XIV, quando a triunfante Igreja já vencera as Ordens Templárias (Ordem dos Cavaleiros Hospitalarios, de São João; os Cavalheiros Teutônicos,etc), teve então um pequeno ressurgimento das novelas e cantos épicos, nas quais as velhas lendas já apareciam devidamente cristianizadas.

Então o Graal e os Cavaleiros foram reduzidos à condição de elementos "Românticos", e a lenda se convertera em novela. 

Procuremos então a informação no grupo das "lendas" onde sobreviveram os símbolos e as pistas que nos permitirão aprofundar-nos nos mistérios dos símbolos dos Guerreiros Sagrados, e em particular no mais misterioso de todos: o Graal.

O primeiro livro a esboçar uma visão grandiosa de Artur foi a Historia Regum Britanniae (História dos Reis da Bretanha), considerado por alguns historiadores como um dos principais manuscritos da Idade Média.
Concluída em 1.136, foi escrita por Geoffrey de Monmouth, clérico e professor de Oxford. Geoffrey afirmava ter utilizado como fonte de pesquisa um antigo livro escrito em idioma britânico, embora não haja vestígios desse volume misterioso e nesse momento introduz Merlim, que sem discussão é o mais famoso mago de todos os tempos. Em um relato, Merlim faz os megalitos de Stonehenge voarem da Irlanda até a planície de Salisbury na Inglaterra.

Geoffrey também descreve a maneira como Merlim fez os arranjos para que Uther Pendragon (na antiga Bretanha, um Pendragon impunha-se aos diversos reis) chegasse até Igraine, a linda duquesa da Cornualha, disfarçado como seu marido. Após esse encontro a duquesa engravidou, tendo concebido Artur.

Existe outra lenda que afirma que Lúcifer quando foi expulso dos céus, trazia uma pedra colada na testa, uma esmeralda que funcionava como um terceiro olho.

Quando Lúcifer foi atirado à Terra, a esmeralda partiu-se e a sua visão ficou prejudicada. Um pedaço permaneceu em sua testa dando-lhe uma visão distorcida de sua situação como um anjo caído, e o outro fragmento foi guardado pelos anjos.

 Mais tarde, o Graal foi esculpido deste segundo pedaço. De acordo com "A Batalha de Mag Tured", a tradição irlandesa menciona que os Tuatha (o conjunto dos iguais, a nação ou os pares que compartem a uma categoria de cidadãos que na saga se referem a uma nação gloriosa e superior), se dirigiram à Ilha Maravilhosa, a Avalon, a Thule - a misteriosa ilha do mar do norte - (ver Sexto Sentido nº11), levando quatro objetos: uma pedra, chamada "A Fatídica", a pedra, jóia ou cristal do destino que permite explorar o futuro e adivinhar quem era o legítimo Rei (será que estamos falando das pedras negras de Lilith?); uma lança capaz de tornar invencível o Guerreiro que a portar (a lança que feriu Jesus, o Cristo na cruz e chegou as mãos de Adolf Hitler - ver Sexto Sentido nº11);  uma espada, a inexorável Escalibur (Caliburn), a espada cuja invencibilidade se relaciona com a legitimidade da mão que a empunha e finalmente uma copa ou cálice, a copa de Dagdé, inesgotável como uma cornucópia, cujo conteúdo saciava a todos os guerreiros, repondo suas forças e Curando suas feridas, não sem antes elevar seus espíritos. 

Existe um local sagrado chamado Glastonbury impregnado de magias e lendas, que remonta à era pagã.

Segundo a tradição, ali seria o antigo sítio da etérea ilha de Avalon, para a qual Artur teria sido levado para que seus ferimentos fossem curados pela fada Morgana.

Hoje Glastonbury é uma cidade pequena, mas movimentada, porém há muitos séculos, a comunidade encerrava-se em uma ilha, cercada de pântanos que foram com os tempos drenados.

Seu antigo nome celta era Ynis Witrin, ouilha de vidro. Segundo a lenda, o cristianismo chegou cedo a Glastonbury. José de Arimatéia teria sido o fundador da vila no primeiro século da era cristã.
E com ele teria trazido doze missionários e o Santo Graal.

No seu "Parsifal", Wolfram Von Eschenbach menciona que obteve dados na obra de um certo "Kyot, o Provençal", que teria encontrado a lenda de Parsifal e o Graal nos textos pagãos decifrados por ele, graças ao seu conhecimento dos "caracteres mágicos" (as runas?).

Anuncia-se que: "Esta história.. não se conta a gente que não pode compreende-la".

E acrescenta: "Somente se devem revelar seus segredos a àqueles a quem Deus dotou de forças suficientes.
A grande história do Graal jamais foi estudada pelos homens mortais".

Vamos falar agora da Bretanha ou Britania, terra dos Brittons ou Betrões de onde vem a história do pai do Rei Arthur, Uther Pendragón e de seu irmão mais velho, o pai de Merlin (Myrddin, cujo nome mudou com os séculos para Merlin), Ambrosius Pendragón que participava de rituais secretos de adoração ao Deus Mitra (SOL), um deus de Guerreiros, de raízes indo-árias, que chegou a Bretanha junto com as legiões Romanas.
Isto daria algumas luzes sobre certas inquietantes coincidências entre as sagas do Graal e outros grandes mitos do oriente, dos povos ários do Irã e da Índia como também do povo semítico dos Árabes.
O Rei Uther era descendente direto do Rei Pescador ou José de Arimatéia, o portador do Graal Sagrado, a copa ou cálice da Suprema Maravilha.

É um cálice de ouro, de acordo com a maioria das tradições, embora outros afirmem que está confeccionada com uma pedra, com propriedades maravilhosas, ou com uma gema preciosa, possivelmente uma esmeralda.

Porém é, em todo o caso, um cálice resplandecente cujo brilho é ofuscante que emana do próprio objeto e não é reflexo de outra luz.

Uma de suas peculiaridades físicas é que pode em determinadas circunstâncias, aumentar ou diminuir seu peso, de acordo com as qualidades de quem o toma.

Não obstante, tomando do cálice, a velhice demora por chegar e José de Arimatéia chegou aproximadamente a idade de 500 anos. 

Este José era um cidadão nobre e pagão que chega a Palestina e obtém o favor do procurador romano Pôncio Pìlatos, graças a valiosos serviços prestados.

Depois da crucificação, José de Arimatéia obtém de Pilatos a autorização para que lhe entreguem o corpo de Jesus, leva o corpo e recolhe o sangue que ainda sai dele numa lindíssima copa de ouro (Jesus sangrando estaria vivo?).

Supostamente este bom cidadão pagão pediu o corpo de Jesus para limpá-lo, ungi-lo e dar-lhe digna sepultura. Mais tarde, José recebeu o batismo.

O mesmo Jesus o ungiu com óleos, como aos reis, dando-lhe qualidade de primeiro bispo da cristandade.

Com estes mesmo óleos consagrados, vindos diretamente das mãos de Jesus, foram consagrados os reis britânicos ,até Uther Pendragón, pai de Arthur.

Talvez estes óleos estejam guardados no Graal e constituam a substância maravilhosa.

Uma das lendas menciona como só o cheiro do conteúdo do Graal, delicioso e poderoso, bastou para deixar satisfeitos e recuperados os cavaleiros presentes.
E, uma vez mais encontramos um aberto desafio herético, à doutrina da Igreja! 

José não era Cristão, contudo recebeu do mesmo Jesus tanto o Graal quanto à unção!

Roberto de Bron faz alusão a uns misteriosos antepassados de José de Arimatéia, seres solares do Oriente, que obviamente não eram cristãos. 
Os Templários trouxeram de suas viagens muitas histórias sobre o "Reino de Preste João". "Preste" é uma abreviação de "presbítero", título ocasionalmente adotado por sacerdotes e anciões. 

O nome próprio pode ter vindo de João, o apóstolo que escreveu o quarto evangelho.

Se o império de Preste João foi tão magnífico quanto aparece descrito em alguns relatos e cartas, as glórias de Roma e Constantinopla são triviais comparadas a ele.

Dizem que ele é um descendente da linhagem dos Magos, mencionada no Evangelho.

Geograficamente, essa região estende-se do Turquestão ao Tibet e do Himalaia ao deserto de Gobi.

A situação do local apresenta estranhas analogias como este sendo o domínio dos Hierarcas (Mestres), descritos por Filóstrato na biografia de Apolónio de Tiana.

Esta região distante estava cheia de maravilhas e o misterioso Imperador Indiano regia-a com um Danda (cetro) de esmeralda pura.

Vivia dentro de um palácio de cristal e seu leito era de safira. 

Seus trajes eram feitos com lã de salamandra e purificados na chama do fogo.
Cavalgava dragões voadores e diante de seu palácio, encontrava-se um espelho no qual o soberano podia observar todos os acontecimentos que se davam, não só nas províncias do seu reino, mas também nos países vizinhos. 
E, a maior atração era provavelmente a "Fonte da Eterna Juventude".
Quando se desejava rejuvenescer, bastava-se observar um tempo de jejum e depois beber três goles de água da fonte.
A doença e a velhice desapareciam e voltavam aos trinta anos.

Diz-se que o próprio Preste João prolongou a sua vida até idade de 562 anos.
Podemos então por ai estabelecer estanhas e interessantes coincidências.

A Ordem do Templo foi fundada em 1.118. Em 1.184, o trovador e cavaleiro Wolfram Von Eschenbach, escreveu Titural, no qual condensa todas as lendas sobre o Graal.
Subentendia ele que existia uma relação entre o Graal e a Ásia e descrevia-o como uma pedra (und dieser Stein ist Gral gennant - e esta pedra tem o nome de Graal).

Será que ela falava de Shamballa e da pedra Chintamini? De fato, Wolfran liga lenda do Graal à de Preste João. 

O seu Parsifal levava à taça sagrada (ou a pedra) para a Ásia, onde está até hoje guardada em uma grande gruta sagrada, sob proteção dos irmãos maiores ou como também são chamados de Hierarquia Branca dos Himalaias, Grande Irmandade Branca, G.O.M. ou Governo Oculto do Mundo, etc.
(ver SEXTO SENTIDO N° 13 - S.D.M.).

Existe na Índia, desde tempos imemoriais, um festival chamado de Kumbha Mela, o Festival dos Cântaros de Cerâmica.

Segundo suas escrituras, deuses e demônios trabalharam juntos em um antigo passado para extrair do oceano o néctar da vida eterna, chamado "amrita", que era recolhido em um cântaro chamado de "Kumbha Dourado".
Então há milhares de anos até os tempos atuais é utilizado o "Graal" em rituais e práticas (pujas) pelos Indianos, onde este vaso ou cálice é chamado pela "ciência mística experimental" de
Kamandalu.
O material do qual ele é feito deve ser o mais puro e natural possível e, dependendo da tradição religiosa, o material se diferencia e vai do ouro a prata ou bronze até madeiras (como a tigela de Buda), pedra, coco e até crânios humanos. 

O mais interessante é que nos livros sagrados da Índia e os próprios homens santos (Sadhus) afirmam que dentro do Kamandalu é que está o néctar divino, o Amrita, a bebida da imortalidade ou como os cristãos nomearam: "A Água da Vida". 
Prestem bem atenção, eu disse "Água" um liquido
puro, sagrado, que contem vida e não qualquer outro elemento.

Existe outra história, muito bem contada, com detalhes inúmeros, que nos fala da ida de Jesus, após a crucificação para a Índia, mais especificamente para a Cachemira, culminando com o seu tumulo na cidade de Srinagar no bairro ou subúrbio de Rauzibal Khanyar. 

O tumulo de Yuz Assaf!.


O profeta que realizou diversos milagres, vinha de uma terra estrangeira e é também conhecido com Iésu, Issa e morreu já muito velho no ano de 109 d.C.


Mais isso é assunto para outra reportagem!


Artigo publicado na edição nº18 da Revista Sextido

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